Pouco antes de sua morte em 1927, Claude Monet, um dos mais famosos pintores impressionista, escreveu numa carta: "Sempre odiei as teorias...O meu único mérito foi ter pintado diretamente da natureza e ter tentado reproduzir as minhas impressões das mais fugazes disposições; (...)
Nao há uma teoria geral do Impressionismo nem uma concordância geral acerca de quem era ou não impressionista. Também Pierre-Auguste Renoir disse de sua arte: "Nunca tive regras nem métodos..."
[Os impressionista] influenciaram não só outros artistas de todo o mundo, como mostraram à sociedade burguesa da sua época uma nova e moderna forma de pintar e de ver. Ao fazê-lo, provocaram um tal tumulto que foram vistos como revolucionários e foram em grande medida excluídos da tradicional comunidade artística das academias. Os artistas impressionistas constituíram uma oposição a este mundo artístico conservador.
Extraí estes textos do livro Impressionismo de Karin H. Grimme ( Ed. Taschen) .
Trata da biografia dos principais artistas impressionista, franceses,alemães, americanos. Muitos deles pouco conhecidos. Excelente livro de História da Arte.
O que mais me chamou a atenção foi que, entre muitos artistas homens, a autora apresenta a biografia de três expoentes femininas que, embora brilhantes, sofreram a pressão e a opressão de uma sociedade machista e conservadora e, hoje, são práticamente desconhecidas.
Fiquei admirada pela história e pelas obras destas mulheres, entre as quais apenas conhecia Berthe Morisot (1841-1895). As obras de Morisot foram tão importantes para o impressionismo quanto as pintura de Pissarro, Renoair ou Monet. No entanto, na história da arte, ela é frequentemente citada como auxiliar de seu amigo e mentor Édouard Manet.
Psique - Morisot
Marie Bracquemond (1841-1916), por sua vez, foi aluna de Ingres e Gauguin. Participu de três exposições impressionistas e hoje é praticamente desconhecida. Apesar de revolucionária na forma de pintar, agia com discrição - bem de acordo com o tradicional papel da mulher e deixou de pintar em 1980 devido à predominância de seu marido - o artista gráfico Félix Bracquemond - que não apoiava a modernidade de sua pintura e, atualmente, poucos de seus trabalhos estão em coleções públicas.
Bracquemond
A terceira foi Mary Cassat ( 1844-1826) Foi a única mulher americana a participar regularmente das exposições dos artistas impressionistas. Foi introduzida no grupo por Degas que tornou-se seu mentor e amigo. Os motivos de suas obras sempre foram mulher em casa, no teatro, no parque, mas nunca onde não fosse apropriado uma senhora de estatuto respeitável estar, como por exemplo, um café. Ela mesmo nunca participou das reuniões e conversar noturnas que seus colegas impressionistas realizavam nos cafés de Paris.
Cassat
Contraditoriamente, estas mulheres brilhantes e revolucionárias que apregoavam a liberdade na arte e lutaram contra as regras rigidas e tradicionais impostas pela Academia de Belas Artes e contra a tirania do comitê de avaliação que selecionava as obras que eram dignas de serem expostas, não conseguiram sobrepujar, em sua vida pessoal, os parâmetros impostos à mulher pela sociedade machista e patriarcal dos fins do século 19.
Adorei o teu blog, tuas matérias sobre as mulheres na arte de pintar que eu desconhecia, tua criação libertadora de conceitos, que eu também gostei de rever, e mais pessoas que tu oportuniza serem conhecidas na internet.
ResponderExcluirParabéns e seja feliz como blogueira e continua me mandando tua atualização.
Beijos da amiga Sulema