segunda-feira, 26 de novembro de 2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Este é um blog digno de ser visitado

Este não é, exatamente,  um comentário de artes ou arteterapia, mas acho importante divulgar. Meu amigo Tadeu é um grande batalhador pelas causas ecológicas e um pioneiro na defesa do meio ambiente em Araranguá e Sul de Santa Catarina.
Visitem seu blog: http://www.tadeusantos.blogspot.com/

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Arteterapia com idosos


  Fernando Rocha em artigo publica na Internet sobre sentimento de tristeza e medo da morte, nos lembra o quanto é humano a não aceitação do envelhecimento, uma vez que invoca limites, dificuldades e também a noção de finitude humana.  Por outro lado, este autor destaca que o envelhecimento, também, pode significar um reencontro consigo mesmo, tornando-se fonte propulsora de renovação e redescoberta. Tal reencontro pode ser facilitado pelo caminho da arteterapia.
  Muitos autores destacam que, além dos estudos feitos mostrando a atual representação da velhice em termos de processo contínuo de perdas, estão se abrindo outros espaços para que diversas experiências de envelhecimento bem sucedidas possam ser vividas coletivamente.
  Neste contexto, a presença da arteterapia pode promover, através do processo criativo, uma melhor qualidade de vida aos idosos. Na arteterapia este processo criativo tem um papel central na mudança, fomentando nas pessoas o desenvolvimento e uso de sua criatividade, como meio de entendimento de si próprio e dos outros e na resolução de questões e conflitos surgidos na problemática existencial.           
  Irene Arcuri, no livro Arteterapia de corpo e alma, enfatiza que de forma lúdica e prazerosa, a arteterapia proporciona o contato com o mundo interno de cada um, resgatando o seu potencial criativo e promovendo a resolução dos seus conflitos interiores.
  Na arteterapia há o uso de recursos artísticos e expressivos que podem facilitar aos idosos o convívio com seus iguais de forma proveitosa e enriquecedora para todos. O uso da imaginação e do simbolismo que propicia o fazer artístico enriquece e incrementa o processo curativo, pois permite aflorar a expressão emocional e liberta a capacidade de pensar e a criatividade.
  A experiência, por exemplo, com idosos deprimidos tem demonstrado que a atividade artística os estimula, os envolve de uma forma lúdica e eleva sua auto-estima ao se depararem com sua produção artística.
  Por conseguinte, a arteterapia, incluída em um programa integral a saúde do idoso, pode contribuir para que suas potencialidades criativas se desenvolvam, oportunizando que o mesmo se descubra, se reconheça e resgate conteúdos saudáveis internos, no sentido da realização de uma velhice muito mais harmoniosa e feliz.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

ATELIER ABERTO

Olá gente querida
Divulgando o Atelier Aberto da Margret. A proposta dela é muito interessante. Vejam no folder. A Margret é tecelã e arteterapeuta. Fiz uma oficina com ela e amei. Visitem o site http://www.oficiocriativo.com.br/


sábado, 14 de maio de 2011

Exposição de mosaicos

Minha amiga Clara Berlim me enviou este convite. Ela está participando com dois trabalhos. Trata-se de uma coletiva com as alunas da Iara Sklovsky. Vale a pena conferir. A Iara é uma artista muito criativa e original e transmite às suas alunas estas suas qualidades. Podem visitar o site da Iara clicando no endereço nos meus sites favoritos e apreciarem a beleza da arte do mosaico.



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Técnicas Surrealistas em Arteterapia

   O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo, posteriormente expandido-se para outros países. Em 1924, André Breton publica o primeiro manifesto surrealista. Interessado pela psicanálise, Breton difundiu entre os artistas uma nova fonte de criação: o inconsciente, já abordado, de certa forma, por Kandisnsky e Paul Klee, este considerado como precursor do Surrealismo devido a suas pesquisas tais como exploração dos símbolos e aproveitamento da linguagem da criação infantil e dos loucos ( Puhl, Ria Breyer – "As Artes no Século XX")
  Fortemente influenciado pela Psicanálise, o Surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa, e se manifesta sob dois aspectos: o das experiências criativas automáticas, na qual a obra que emerge do inconsciente resulta de uma livre associação de idéias sem preocupação com o sentido e o outro que se utiliza, como tema os conteúdos tirados do mudo dos sonhos. Há, então uma fusão do sonho com o real, do consciente com o inconsciente, para criar uma super-realidade. Os surrealistas baseiam-se nas pesquisas de Freud, principalmente na visão do mundo onírico, o mundo dos sonhos. É a pesquisa de um mundo novo, fantástico, desconhecido, invisível. É, pois, no sonho, com suas conotações freudianas, que reside o mistério do Surrealismo, nome trazido do francês surreallisme, mas que em português seria correto chamar-se de supra-realismo, ou seja, além da realidade imediata.( Puhl, Ria B).
   Deste forma, segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência quotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos.
  Os artistas surrealismo enfatizam a técnica do automatismo psíquico pelo qual pretendem expressar, seja pela escrita, seja pela imagem pictória, o conteúdo do inconsciente, como algo que está além da realidade aparente. Assim, a grande contribuição do Surrealismo é esta busca do impulso criador nas forças energéticas do inconsciente. O processo de criação de imagens revela conteúdos inconscientes. Na prática, se estabelece um diálogo entre consciente e inconsciente, no qual o artista tenta colocar o seu inconsciente em contato com a obra de arte, recorrendo a elementos como sonhos, mitos, a fantasia, a alucinação, gerando várias possibilidades de expressão.
  Todas as técnicas de criação utilizadas pelos surrealistas, tais como: a pintura espontânea, a colagem, a sobreposições de imagens, tiveram o objetivo de originar imagens aleatórias como expressão da idéia centrada no acaso e na impulsividade criativa.
  Sobre a pintura espontânea diz Susan Bello ("Pintando sua Alma-Método de Desenvolvimento da Personalidade Criativa", 2007, pg.35): A pintura Espontânea, embora pareça simples, é um ato profundo através do qual pintamos as emoções que vivem na nossa mente inconsciente. Um de nossos objetivos é abrir um canal para que a expressão inconsciente ocorra. Podemos ultrapassar o neocórtex (cadeia de conhecimento intelectual) e as proibições do ego. Proporcionamos a esses conteúdos que residem no inconsciente pessoal e no inconsciente coletivo uma área para a auto-expressão: a tela
  Se levarmos em conta a criatividade como a capacidade de buscar novas idéias e soluções, de superar obstáculos e de entendermos de forma profunda a nós mesmos, podemos avaliar o alto grau de potencialidade terapêutica que se encerra nas técnicas desenvolvidas pelo Surrealismo na criação de imagens plásticas. Para a Arteterapia este processo de criação de imagens tem grande importância, como um eficaz meio de comunicação não verbal e como auxiliar no processo de mudança e de desenvolvimento e individuação pessoal.
  Segundo Jung a Arte tem sua origem no inconsciente, onde se encontra o centro da criatividade. Os procedimentos e técnicas e, inclusive o material utilizado pelos artistas surrealistas oferecem a possibilidade de veicular sentimentos, temores, idéias, conflitos, e se caracterizam por ser facilmente realizável por qualquer pessoa, quer tenha ou não conhecimento artístico, além de  oportunizarem o contato com as camadas mais profundas da mente humana.
  A pintura espontânea, como metodologia de acesso ao inconsciente, realizada sob condições terapêutica, pode constituir um valioso instrumento no tratamento de qualquer pessoa, independentemente de sua condição, idade, situação social, seja em tratamento individual, coletivo, institucional ou particular(Dowmat, Lilia Cristina Polo – "Técnicas Plásticas Del Arte Moderno Y La Posibilidad De Su Aplicación En Arte Terapia". – Madrid, 2003 – Internet).
  Neste sentido, a Arteterapia, utilizando-se de modalidades expressivas surrealistas, sob o ponto de vista da teoria junguiana, possibilita a materialização de símbolos que, nas palavras de Angela Philippini, expressam e representam níveis profundos e inconscientes da psique, configurando um documentário que permite o confronto, no nível da consciência, destas informações, propiciando “insights” e posterior transformação e expansão da estrutura psíquica (Philippini, Ângela - "Universo Junguiano e Arteterapia - Imagens da Transformação" - Revista de Arteterapia – Vol. V – Pomar – 1998)


sábado, 13 de novembro de 2010

A Importância da Arte e o processo de criação como instrumento terapêutico.

  O processo de criação é, segundo Salles (2004) arte abordada sob o ponto de vista do fazer, dentro de um contexto histórico, social e artístico. Um movimento feito de sensações, ações e pensamentos, sofrendo intervenção do consciente e do inconsciente. A expressão criativa é a primeira linguagem com a qual o homem vivencia e traduz suas experiências de vida. É um dom inato, inerente, portanto, à natureza humana, espontâneo. É notório que toda criança tem grande capacidade para experimentar e transformar os objetos com grande criatividade e liberdade, mas esta espontaneidade, na maioria das vezes, se perde com a socialização.
  Os relatos históricos referentes às manifestações culturais, demonstram que ao longo da Antiguidade, a Arte era usada como forma de cada sociedade expressar sua concepção de mundo. Em muitos casos a coesão do grupo era mantida através de ritos e mitos representados nas mais variadas formas de manifestação criativa, seja através de esculturas, danças, pinturas, contos, dramatização. Para os Gregos, a Arte em todas as suas expressões, era encarada como curativa para os males da alma, tanto do artista como para o espectador.
  De certo modo, pode-se afirmar que a Arteterapia resgata essa tradição, já que considera as atividades criativas, expressivas, como elementos terapêuticos de grande poder transformador. Dependendo do arcabouço teórico que se considere, pode-se conceituar a Arteterapia de diferentes maneiras, mas todas têm em comum esta idéia do poder curativo e transformador da atividade criativa.
  O despertar do interesse pelas atividades artísticas dos doentes mentais como manifestação de seu mundo subjetivo ocorre entre fins do século XIX e início do Século XX. Entre 1872 a 1909, a Arte era utilizada por criminalistas e psiquiatras para diagnóstico e classificação de doenças mentais. Nas primeiras décadas do século XX vários autores, fora da psiquiatria, passam a promover a idéia da existência de possibilidades criadoras e de uma estética e expressão artística também nos doentes metais, independente da desagregação da personalidade. Simultaneamente, Freud com a Psicanálise, (entre 1906 a 1913) aponta a importância da comunicação simbólica e busca a compreensão da dinâmica psíquica através de estudo das obras de artistas consagrados, tais como Leonardo Da Vinci e Michelangelo.
  A partir da década de 1920, Carl Jung passa a utilizar a Arte não só como instrumento de diagnóstico, mas como parte do tratamento psicoterápico. Segundo os estudiosos, foi Jung o primeiro a utilizar a expressão artística em consultório. Para ele, é na arte que se dá a simbolização do inconsciente individual e do coletivo e, a partir desta idéia, utilizava a expressão artística, aliada à expressão verbal, como componente de cura. Como forma de tratamento pedia aos clientes que fizessem desenhos livres, imagens de sentimentos, de sonhos, de situações conflituosas ou outras. Ao contrário de Freud – que interpretava a arte como sublimação de conteúdos e desejos reprimidos - Jung afirmou que a criatividade tem uma função psíquica natural, inata e estruturante da personalidade.
  Em 1925/27, a Dra. Ita Wegman na Suíça, Dr. Steiner e o Dr. Husseman, na Alemanha, prescreviam a arte como parte do tratamento médico.
  De outra parte, o interesse e reconhecimento da produção criativa dos doentes mentais como manifestação artística inspirou o surgimento de importantes movimentos de vanguarda artística gerando novos paradigmas no âmbito das Artes Plásticas, tais como o expressionismo e o surrealismo e a arte dos doentes mentais passa a ser valorizada e a ganhar espaço em museus europeus.
  No Brasil, destacam-se os trabalhos da psiquiatra junguiana Nise da Silveira, que fundou o Museu de imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro e o psiquiatra paulista Osório César, que desenvolveu seu trabalho no Hospital do Juqueri, em São Paulo, onde criou, em 1925, a Escola Livre de Artes Plásticas do Juqueri.
  A partir destas iniciativas nos campos da Psiquiatria e da Arte, de valorização da arte dos doentes mentais e da difusão da idéia de que a produção artística pode trazer benefícios psíquicos, surge a Arteterapia, em especial nos Estados Unidos (anos 40). Muitos autores destacam o trabalho de Margaret Naumburg (1941) que sistematiza a Arteterapia dando impulso ao uso da Arte no processo terapêutico, com ênfase em trabalhos corporais; de Florence Cane, que descobriu que a Arte tinha o poder de liberar saúde psíquica, e escreveu “O artista em cada um de nós” (1941); e Edith Kramer, com o livro “Arte como terapia” (1958).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Arte cura?

  Li em algum texto que a Arte algumas vezes cura, em outras alivia, mas sempre consola.
  Penso que toda a atividade realizada no campo da arte contribui para a ativação do lado direito do cérebro, despertando a criatividade e motivando o aflorar de sentimentos que de outra maneira não poderiam se manifestar.
  O recurso à imaginação, ao simbolismo que propicia o fazer artístico enriquece e incrementa o processo curativo, pois permite aflorar a expressão emocional e liberta a capacidade de pensar e a criatividade.
  O fundamental que se pode extrair  do debate sobre se a Arte cura é, exatamente, a questão do despertar da criatividade, posto que esta é um estado sadio, de bem-estar, estando ligada a idéia de saúde mental.        
  Neste sentido a Arte pode ser curativa, já que estimula o despertar da criatividade. Como afirma Angela Phillipini,  não é curar no sentido de botar num molde ou num padrão, numa forma, mas de administrar as potencialidades de cada um.
  Minha observação, por exemplo, com pessoas deprimidas é de que a atividade artística as estimula, as envolve de uma forma lúdica e eleva sua auto-estima ao se depararem com sua produção artística.
  A capacidade de dançar, pintar, modelar, a musicalidade interna, são inerentes e comuns a todo ser humano. A criatividade é universal, pertence a toda humanidade.
  Em Arteterapia, através do fazer artístico o homem pode ter acesso às informações de si próprio servindo, o objeto criado, como mediador, um facilitador da comunicação ou um veículo para o entendimento do que se passa em seu interior.
  A experiência artística, por conseguinte, pode intensificar a expressão de vivências e incrementar a conscientização, fatores importantes para a mudança e revitalização do eu na busca de melhor qualidade de vida.